domingo, 13 de fevereiro de 2011

Polícia Federal cria base em São Paulo para em busca de corpos de vítimas da ditadura

De acordo com notícia da Folha de S. Paulo, a Polícia Federal começa a usar, dia 14 de fevereiro, uma base de exames permanente em São Paulo para buscar a identificação de corpos de desaparecidos políticos vítimas da ditadura civil-militar (1964-1985) supostamente enterrados nos cemitérios paulistanos de Vila Formosa e Perus. 

O trabalho é uma parceria com o Instituto Médico Legal de São Paulo e terá como foco inicial a descoberta dos restos mortais do militante Sérgio Corrêa, da ALN (Ação Libertadora Nacional). No início de dezembro, peritos da PF retiraram do cemitério de Vila Formosa várias ossadas de uma vala que provavelmente recebeu o corpo de Sérgio, de acordo com as apurações do órgão. 

Jeferson Evangelista Corrêa, chefe de medicina forense do Instituto Nacional de Criminalística da PF, afirma que serão feitos exames antropológicos nos restos mortais, o que inclui a verificação de arcadas dentárias, dimensões de ossos e características de sexo e idade.
Essas perícias permitirão uma triagem inicial para definir quais ossadas serão submetidas a exames de DNA. Segundo Corrêa, o trabalho será feito em uma sala do IML em caráter permanente, com pelo menos dois peritos da PF e dois do instituto paulista até o final dos trabalhos de identificação

Anteriormente, as atividades de investigação foram realizadas em etapas e com interrupções, e agora a meta é dar um andamento mais rápido às apurações, de acordo com Corrêa. No dia 14 de fevereiro, de acordo com a notícia da Folha, seriam retomados os trabalhos de busca da ossada do também militante da ALN Virgílio Gomes da Silva, supostamente enterrado no cemitério de Vila Formosa

Nas últimas semanas, peritos de geofísica da PF analisaram fotos aéreas, mapas e registros antigos do cemitério para delimitar as áreas com maior probabilidade de ter recebido o corpo.
As ossadas eventualmente retiradas na nova etapa de exumações em Vila Formosa também deverão ser analisadas em São Paulo.

Em Brasília, equipes da área de genética do INC estão realizando exames de DNA em restos mortais recolhidos no cemitério de Perus em outubro de 2010. A meta é identificar os corpos dos militantes de esquerda Luiz Hirata, da organização AP (Ação Popular), e Aylton Adalberto Mortati, do Molipo (Movimento de Libertação Popular), desaparecidos desde 1971.

A PF também prevê a realização de trabalhos nos cemitérios do Araçá e de Parelheiros nos próximos meses.